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25 de Abril de 2024

Justiça não encontra bens da API sumidos na gestão de Sérgio Redó

Segue extraviado da Associação Paulista de Imprensa os bens sumidos no mandato do advogado Sérgio Redó, segundo denúncia do jornalista Pedro Nastri ao MPSP. O Judiciário ordenou o inventário do acervo, mas não se sabe até agora o destino das obras de arte, originais de escritores famosos, móveis raros e até pedras preciosas

Publicado por Edna Santos
há 7 anos
Jornalista Pedro Nastri: luta na Justiça pelo resgate da API

O único resultado concreto da denúncia do jornalista Pedro Nastri ao Ministério Público, dando ciência que o pseudopresidente da Associação Paulista de Imprensa (API), advogado Sérgio de Azevedo Redó, sumiu com um acervo valioso da entidade, é a expulsão sumária e sem direito à defesa, do denunciante do quadro de filiados; e o processo por danos morais que Redó move contra ele e esta repórter; que publicou em primeira mão o caso da dissipação dos bens.
De acordo com Pedro Nastri o patrimônio de valor histórico, artístico e cultural que desapareceu na malfadada gestão de Sérgio Redó formava a hemeroteca e o acervo iconográfico da API. Compostos, respectivamente, de exemplares raros dos jornais Diário da Noite, Correio Paulistano, Farol Paulistano, entre outros publicados na época; e de obras de arte como quadros, esculturas, retratos e gravuras, trata-se de um legado da entidade, de São Paulo e do Brasil.
Sérgio Redó não se satisfez em destruir o tesouro consagrado da API, desmontar a biblioteca com mais de mil obras e documentos valiosos e sumir com o mobiliário raro destinado à criação do Museu da Imprensa Paulista. O pseudopresidente teria desaparecido até com jóias e pedras preciosas – esmeraldas – que haviam sido doadas à entidade, conforme denuncia Nastri ao MPSP.
Até a edição desta reportagem, o acervo da API continuava em lugar incerto e não sabido. Um oficial de Justiça esteve no prédio da entidade em junho, cumprindo a ordem do juiz de Direito José Antonio Lavouras Haicki, da 6ª Vara Cível do Fórum Central, que determinou o arrolamento dos bens no mês de maio passado, em caráter de urgência. Segundo Nastri, os pertences não teriam sido encontrados.
O jornalista Fabio D’Urso informa que dois peritos historiadores irão fazer o inventário dos bens, acompanhados de um oficial de Justiça e de um promotor público, “mas não tem data marcada para isso acontecer”, ele frisa. Essa decisão judicial pode complicar a vida de Redó. Afinal, ele terá de aparecer com os livros raros e as obras de arte que assinou ter recebido quando assumiu a API, e que desapareceram no mandato dele.
Enquanto os bens continuam sumidos, Sérgio Redó acelera a ruína da API, como se a Justiça não pudesse barrar os seus atos ilegais e catastróficos. Prova disso é que, segundo Fábio D’Urso, ele revestiu a fachada do prédio com o produto Reynobond PE, o mesmo responsável pelo incêndio num edifício residencial em Londres, em junho passado, e que causou a morte de 79 pessoas.
Mais recentemente, Redó enviou um ofício ao presidente Michel Temer, cujo índice de rejeição é de 74% nas ruas e de 89% entre os internautas; indicando, em nome da API, o deputado paraibano André Amaral para assumir o Ministério da Cultura. O pedido é no mínimo curioso, partindo de Redó, acusado de dilapidar o patrimônio histórico e cultural da associação de imprensa de São Paulo.
Redó recusa ofício de Promotor e juiz ordena força policial

Redó desafia MPSP e se dá mal

A decisão do juiz José Haicki foi dada em caráter de liminar e acata pedido feito pelo promotor Marcos Stefani, da 1º Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital, onde já tramita o Inquérito Civil Público de número 14.0695.723/2016-8, instaurado para apurar a denúncia da dilapidação dos bens da API na era Redó.
Em princípio, o Ministério Público enviou ofício a Sérgio Redó para que ele apresentasse a relação do acervo da hemeroteca, do acervo iconográfico e do acervo da biblioteca, bem como a relação dos documentos e das obras mais raras e/ou notáveis que compõem o patrimônio da API. O advogado se recusou a receber o ofício.
Diante da tentativa de Redó, de esnobar o Ministério Público, o juiz José Haicki ordenou o uso de força policial e até o arrombamento do imóvel, se fosse preciso. Tudo para fazer cumprir o mandado judicial, e um oficial de justiça pudesse entrar no prédio da API a fim de fazer a constatação de todos os bens e documentos indicados na ação principal do MPSP; a que investiga o sumiço do patrimônio.
Fundamentado nas provas colhidas pelo MPSP, o juiz José Haicki concluiu que a API possuía sim, um acervo de valor histórico, artístico e cultural, e a existência dos bens foi confessada pelo próprio réu, no caso, Sérgio Redó. Porém, acrescenta o juiz, o inventário e o paradeiro dos bens são incertos.
Redó levou um banho de água fria na sua vaidade, pois o magistrado comunicou a sua decisão ao Grupo de Estudos de Inventário e Reconhecimento do Patrimônio Cultural e Natural e à Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH), do Condephaat. O órgão tem a missão de proteger o patrimônio cultural no Estado de São Paulo e o historiador Lauro Ávila Pereira, lotado na UPPH, irá acompanhar o arrolamento do acervo.
Para Redó, que ama sair bem na foto, fingindo estar tudo certo na API, o arrolamento dos bens cai como uma paulada e ele fica mal também perante o Conpresp - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, pois a decisão judicial foi avisada ao Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), que integra o Órgão da Prefeitura.
Pseudopresidente se contradiz sobre o destino do patrimônio
11º andar do prédio da API, onde Redó alegou que guardava o acervo
O “doutor” Sérgio Redó, como ele adora ser tratado, se enrola todo e apresenta versões contraditórias quando o assunto é informar o paradeiro dos bens da API, e que Nastri afirma terem sumido na gestão dele. À juíza Fernanda Soares Fialdini – ela julga a Ação de Indenização por Dano Moral que ele move contra Pedro Nastri e Edna Santos – Redó disse ter doado o acervo à Câmara Municipal de São Paulo. O Legislativo desmente Redó e afirma, em declaração, jamais ter recebido acervo algum da API.
Em outra versão de Redó sobre o sumiço dos bens, ele contou ao jornalista Fábio Ramalho (Blog do Ramalho) que o acervo estaria guardado no 11º andar do prédio da API. Mas fotos do 11º andar desmentem a nova estória e denunciam: no local, o único acervo que existia era de lixo e entulho que ali se acumulavam quando as imagens foram feitas.
Quando o Judiciário decidiu pelo arrolamento do acervo, Sérgio Redó divulgou uma “nota de esclarecimento”, de cinco laudas, onde joga toda a culpa pelo sucateamento dos bens da API nos ex-presidentes JB Oliveira Costa Carregosa. Segundo a “nota”, quando ele assumiu entidade, não encontrou “um único registro de inventário de obras de arte, livros, mobiliário ou mesmo uma biblioteca”.
Em se tratando da API, é difícil saber quando Redó fala a verdade, pois ele já apresentou diversas versões para tentar explicar o sumiço do patrimônio. Contou uma história à juíza Fernanda Fialdini, construiu outra para o jornalista Fábio Ramalho e agora, quando acionado pela Justiça, joga a culpa em dois ex-presidentes da entidade. O advogado precisa decidir qual de suas versões é a legítima.
Nastri desmente Redó
Pedro Nastri assegura que Redó mandou despejar no lixo os originais de diversos escritores, dentre eles Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia e Cásper Líbero. Os documentos descartados pertenciam à biblioteca da API e fazem parte do patrimônio histórico e cultural do Brasil.
O jornalista relata ao MPSP que Sérgio Redó recebeu, quando assumiu a primeira gestão, em 2009, toda a relação de obras de arte, esculturas, acervo iconográfico, biblioteca com mais de mil volumes raros, documentos originais de diversos escritores. Em suma, Redó assinou ter recebido uma API rica e hoje alardeia “administrar” uma API miserável. O advogado Redó confessa que faliu a API?!
De acordo com Nastri, além de deixar a API sem os seus registros históricos, Redó descartou como lixo móveis datados de 1933 que guarneciam o acervo da entidade. O mobiliário raro estava sendo preservado para ficar à mostra quando for criado o Museu da Imprensa Paulista.
Fato é que a API está falida e quase não tem filiados. A entidade sobrevive dos alugueis de salas dos seus 11 dos andares e tem uma renda mensal em torno de 20 mil. Como no estatuto alterado pelo advogado ele criou uma cláusula que lhe permite movimentar R$ 25 mil por dia sem precisar da aprovação de ninguém, Redó nunca mais precisará de um conselho fiscal para verificar suas contas.
Redó oferece prédio da API em garantia de dívida!!!
Fábio D'Urso impediu que a entidade perdesse a sede própria
O advogado Sérgio Redó mostra-se insaciável no seu processo de destruição da API, pois além da acusação de sumir com os bens, até o prédio da entidade ele tentou hipotecar em pagamento de dívida – a medida arbitrária é proibida pelo termo de doação do imóvel.
Não fosse a interferência rápida do jornalista Fábio D’Urso, que entrou urgente no processo como terceiro interessado, a API perderia a sua sede própria. Sem compromisso algum com a imprensa, o advogado reduziu a associação em mera administradora de salas de aluguel. Hoje, a quase centenária entidade encontra-se desmoralizada e é chamada nos meios de comunicação de API/ADM Condominial.
De posse da presidência desde 2009, Sérgio Redó se auto-reelegeu em 2012 por meio de um estatuto fraudado. O documento é espúrio e de regras nazi-fascistas – essa é a opinião de muitos jornalistas, inclusive de Costa Carregosa, ex-presidente da instituição –, e ficou muito tempo sem validade, sem registro em cartório e ser ter sequer ata lavrada.
Só recentemente, e por rumos obscuros que estão sendo questionados na Justiça, Redó conseguiu registrar o estatuto que lhe dá plenos poderes e praticamente o perpetua no cargo. Entre as aberrações do regimento, o advogado pode até expulsar associados sem a realização de assembléia, como fez com Pedro Nastri. O jornalista foi expulso sumariamente e sem direito à defesa.
Redó repudia imprensa livre
Pedro Nastri, também historiador da cidade de São Paulo, entrou para a lista negra de Sérgio Redó depois que denunciou a este blog e ao Ministério Público ter sumido da API, na gestão do advogado, um patrimônio valioso que inclui até obras de Di Cavalcanti e pedras preciosas de esmeraldas.
Pela visão caolha do advogado Redó sobre a imprensa, jornalista algum tem o direito de denunciar as suas falcatruas na API. A “experiência” dele na comunicação se restringe ao programa Sala de Imprensa, onde ele rasga seda para autoridades do mundo jurídico e político a fim de tentar obter favores pessoais ou tentar emplacar a carreira de advogado.
Os Apianos contrários aos atos arbitrários do pseudopresidente Redó, e não são poucos, são declarados pelo advogado persona non grata na desvanecida Casa do Jornalista. Para os profissionais que denunciam os seus crimes contra a entidade, ele reserva meios coercitivos selvagens aos olhos da natureza livre da imprensa, como faz com os jornalistas Pedro Nastri e Edna Santos.
Numa afronta absurda à liberdade de imprensa Sérgio Redó, que usa o cargo para lograr proveito pessoal em detrimento dos afiliados – conforme esta repórter denunciou com exclusividade neste blog –, move processo judicial contra Pedro Nastri e Edna Santos porque os dois denunciaram os crimes e as maracutaias dele na entidade. Redó age encorajado pela impunidade que julga desfrutar; e não é pra menos a confiança dele.
Redó pinta API com o mesmo produto que causou incêndio num prédio em Londres, matando 79 pessoas
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