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18 de Abril de 2024

MP investiga Sérgio Redó pelo sumiço de patrimônio da A.P.I.

Os delitos do advogado Sérgio Redó na Associação Paulista de Imprensa são investigados pelo MPE, onde ele foi denunciado por crimes contra o patrimônio público pelo jornalista Pedro Nastri. A Promotoria apura a destruição da biblioteca da A.P.I, o sumiço de obras de arte e até de pedras preciosas da entidade

Publicado por Edna Santos
há 8 anos

MP investiga Srgio Red pelosumio de patrimnio da API

Está próximo do fim o reinado do advogado Sérgio de Azevedo Redó na Associação Paulista de Imprensa. Graças à determinação do jornalista, escritor e historiador Pedro Nastri em resgatar a A. P. I. Do sucateamento provocado pelo pseudopresidente – o mandato dele é ilegal –, a octogenária entidade voltará a ser em breve a casa do jornalista de São Paulo, como era desde 1933, quando foi fundada.

Pedro Nastri, que está concluindo um livro sobre a história da A. P. I., representou contra Sérgio Redó no Ministério Público de São Paulo, onde o denuncia, com provas, por crimes contra o patrimônio público. Ele acusa o advogado de ter sumido com dezenas de obras de arte valiosas como quadros, retratos e gravuras que compunham o acervo iconográfico da instituição.

Na Ação protocolada no MP sob o número 0112941/16, Nastri ratifica as denúncias que havia feito em reportagens publicadas nesse blog em primeira mão e acrescenta que sumiu da A. P. I. Até pedras de esmeraldas que integravam patrimônio da entidade. Ele reafirma que Redó destruiu a biblioteca, desaparecendo com a sua hemeroteca e o seu acervo iconográfico.

"Sérgio Redó mandou jogar no lixo os originais de Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Cásper Líbero, dentre outros escritores" (Pedro Nastri)

O jornalista relata ao promotor público que Sérgio Redó mandou jogar a coleção da biblioteca da A. P. I. Numa caçamba de lixo. A hemeroteca descartada por Redó era composta de mais de mil volumes raros, além de edições antigas dos jornais Diário da Noite, Correio Paulistano, Farol Paulistano, dentre outras publicações históricas.

Nastri assegura que o pseudopresidente mandou despejar no lixo os originais de diversos escritores, dentre eles Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia e Cásper Líbero. Os documentos lançados fora por Redó pertenciam à biblioteca da A. P. I. E faziam parte do patrimônio histórico e cultural do Brasil.

A atitude de Pedro Nastri, antigo associado e ex-diretor da A. P. I. – ele se demitiu do cargo por não compactuar com as falcatruas –; é imprescindível para tirar a entidade da situação de inércia que ela padece desde que se tornou refém da administração nefasta, e ilegal, de Sérgio Redó, cujo mandato venceu em 2012. Ele se reelegeu escorado em estatuto fraudado, que não tem ata lavrada e não é registrado em cartório.

Redó mente sobre o paradeiro do acervo

Pedro Nastri relata ao MP que Sérgio Redó recebeu, quando assumiu a primeira gestão, em 2009, toda a relação de obras de arte, esculturas, acervo iconográfico, biblioteca com mais de mil volumes raros, documentos originais de diversos escritores, dentre eles Monteiro Lobato e Oswald de Andrade. Esse patrimônio desapareceu e o pseudopresidente mente sobre o seu paradeiro.

Na Ação de Indenização por Dano Moral que Sérgio Redó move contra o jornalista Pedro Nastri e esta repórter, ele alegou à juíza Fernanda Soares Fialdini, que julga o processo na 13ª Vara Cível do Foro Regional II de Santo Amaro/SP, ter doado o acervo da A. P. I. À Câmara Municipal de São Paulo.

Logo depois o pseudopresidente contou história diferente para explicar o sumiço do acervo. Em entrevista concedida ao jornalista Fábio Ramalho (Blog do Ramalho), ele disse que o acervo estaria guardado no 11º andar do prédio da entidade.

São falsas as duas versões de Redó. Está repórter tem em mãos uma declaração da Câmara Municipal da cidade de São Paulo informando a Pedro Nastri que nunca recebeu doação de acervo da A. P. I. O acervo não está também no 11º andar do prédio da entidade, conforme as provas divulgadas aqui.

Fotos tiradas do local desmentem também a segunda versão de Redó, contada ao jornalista Fábio Ramalho. As imagens revelam que no 11º andar existe apenas a imundície reinando absoluta, e denunciando o desleixo com que a A. P. I. É tratada pelo presidente impostor.

Nastri contou ao promotor de Justiça que além de deixar a A. P. I. Sem os seus registros históricos, Redó descartou como lixo móveis datados de 1933 que guarneciam o acervo da associação e compuseram a sala da presidência e diretoria, na gestão do primeiro presidente, Alberto Siqueira Reis. O mobiliário que desapareceu estava sendo preservado para ficar à mostra do público quando for criado o Museu da Imprensa Paulista.

Justiça pode afastar presidente irregular

O Ministério Público analisa o pedido para requerer ao Judiciário o afastamento imediato de Sérgio Redó e da atual diretoria, do comando da A. P. I.. Nastri ressalta que a saída deles é necessária para evitar danos ainda maiores à entidade e, consequentemente, aos seus associados.

Se o MP acatar os pedidos, Sérgio Redó não poderá apresentar mais o programa Sala de Imprensa, que é da A. P. I., mas que o advogado usa para se autopromover no universo jurídico, político e social. O programa televisivo da entidade serve até para Redó tentar barganhar favores junto a ministros em Brasília, conforme já denunciado nesse blog.

Desde a publicação das reportagens denunciando os esquemas de corrupção montados na A. P. I. Por Sérgio Redó, ele tenta registrar o estatuto fraudado que o reelegeu, em 2012. Porém, o 1º Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São Paulo já foi alertado para essa possibilidade e dificilmente o pseudopresidente conseguirá legalizar a fraude.

Nastri pede ao MP para requerer a punição dos responsáveis pelas falcatruas na A. P. I. E criar uma comissão formada por associados com a missão de avaliar a real situação financeira da entidade. O objetivo é fazer um levantamento minucioso de seu patrimônio a fim de levantar até que ponto os bens foram dilapidados.

Dívidas e ações judiciais maculam a instituição

Pedro Nastri corrobora as denúncias publicadas nesse blog, em duas reportagens fundamentadas em um robusto dossiê de 157 páginas elaborado contra os atos de Sérgio Redó na A. P. I. E atesta que a instituição está à mercê dos interesses pessoais e ilícitos do presidente fictício.

Nastri denuncia ao MP que o advogado desvia dinheiro da conta da entidade para pagar despesas de jantares com apaniguados em restaurantes cinco estrelas, sempre regados das melhores iguarias e de vinhos de cartas nobres.

As retiradas ilegais de dinheiro feitas na conta da A. P. I. São comprovadas pelos extratos bancários do Itaú. Os documentos revelam que Redó costuma fazer saques no caixa eletrônico até de madrugada, quando a entidade não está funcionando.

Enquanto Redó se esbalda com o dinheiro desviado da A. P. I., que é proveniente do pagamento de anuidades dos associados e de aluguéis de salas do prédio, a instituição cai em descrédito.

Na era Redó a A. P. I. Enfrenta diversos processos judiciais para cobrança de dívidas. São ações trabalhistas e outras movidas por fornecedores e concessionárias de serviços públicos. Nastri defende que seja feita nova eleição, obedecendo ao único estatuto válido, o de 2005, logo após ser periciada a real situação na entidade.

Os sucessivos desmandos patrocinados por Redó são tão prejudiciais a A. P. I. Que ela não seria reconhecida mais pelos grandes homens de imprensa que vivenciaram a entidade mais de meio século atrás, a exemplo do primeiro presidente eleito, o jornalista Alberto Siqueira Reis e Spencer Vampré, que definiu assim a A. P. I.: “… Se o jornal é o livro cotidiano do povo, cada redação é uma pequena universidade, e esta Associação Paulista de Imprensa é uma forja viva da Nação, que aqui se edifica dia a dia”…

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Sergio Redó, conseguiu destruir a Associação Paulista de Imprensa - API, dilapidando seu patrimônio; não pagando os encargos sociais de seus funcionários; levando a entidade a todos os cartórios de protesto de São Paulo; montando uma igreja evangélica nas dependências da entidade, além de outros absurdos. Conseguiu destruir uma associação representativa dos jornalista em tão pouco tempo.
Destruiu uma biblioteca que guardava documentos inéditos de Guilherme de Almeida, Monteiro Lobato, Menotti Del Picchia, entre outros.
Pasmem! Processou um jornalista por ter dito a verdade. Perdeu em todas as instâncias.
Vem falar sobre ética e democracia em direito e jornalismo. continuar lendo